quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

12h14... no fim de semana passado eu sonhei com muitos peixes sendo arrastados para a areia, na beira de um lago ou mar... então, na segunda-feira à tarde, o lago do Parque da Aclimação desapareceu num vortex sugando peixes, tartarugas e aves tubulação abaixo... fazia tempo que eu não tinha nenhum tipo de sonho premonitório (com exceção da Nina se despedindo de mim)... sonhar com megasena e afins nem pensar, certo?!

Mas uma coisa no meu futuro eu vejo: Rivotril + Vodca + Quarto de Hotel! Um bota-fora em grande estilo!!! Só de pensar nessa combinação, vem o tão esperado alívio... tic tac, tic tac, tic tac... E antes que eu seja atacada (porque fui muito nas últimas semanas, agradeço aos amigos por tanto carinho, respeito e compreensão), não é dramalhão só por causa da morte da minha florzinha, não, porque não é a dor de hoje que me assusta - com essa eu sei que vou aprender a conviver - mas o fato dela ter me lembrado de tantas outras perdas e dores que vêm pela frente ao longo do caminho... comprend pas?!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

16h55... aproveitei o MAL(car)DI(na)TO(val) para ler Rosamunde Pilcher, "Sob o Signo de Gêmeos", por sinal herdado de uma pessoa especial que já deixou esse mundo idiota, e anotei alguns 'quotes' que queria registrar aqui (os livros dela são 'cosy', fazem a gente quase acreditar em 'happy endings'):

"... e se as coisas não mudam, tudo se torna aconchegante"
"Às vezes é melhor não falar sobre o passado.
É uma indulgência que só deveria pertencer às pessoas velhas"
"Pour être belle il faut souffrir"
"A vida é tão complicada que às vezes não temos escolha"
"As coisas parecem nunca acabar do jeito como desejamos. Quando se pensa que está tudo maravilhosamente arranjado, o sonho se parte em pedaços diante dos olhos"
"We all remember the bedtime stories of our childhoods. The shoe fits Cinderella, the frog turns into a prince, Sleeping Beauty is awakened with a kiss. Once upon a time… and then they lived happily ever after. Fairy tales - the stuff of dreams. The problem is, fairy tales don’t come true. It’s the other stories - the ones that begin with dark and stormy nights, and end in the unspeakable. It’s the nightmares that always seem to become reality…The person that invented the phrase “happily ever after” should have his ass kicked… hard! Once upon a time… happily ever after. The stories we tell are the stuff of dreams. Fairy tales don’t come true. Reality is much stormier. Much murkier. Much scarier..."
(Meredith - Grey's Anatomy)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

11h16... damn, eu odeio carnaval! E ficar em casa quatro dias (leia-se: lidando com a ausência da Nina) vai ser um suplício! Preciso reabastecer meu bar, ficar sóbria não está me ajudando em nada... e essa erva-de-são-joão que eu comecei a tomar não faz efeito!

Me perguntaram se eu venderia minha alma pra ter minha bebê de volta. Não, mas só porque eu imagino que a criatura que me 'devolveriam' não seria ela. Porque se fosse exatamente a mesma, acho que venderia, sim... afinal, alma pra quê? Pra morrer aqui e reencarnar em outra porcaria de vida depois?!

Perder, perder, perder... preciso de uma cerveja... com tequila!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

14h49... dizem, um poeta disse - Mário Quintana, talvez - que "poderia ter sido" são as mais tristes palavras... discordo. "Adeus" e "nunca mais" são infinitamente mais dolorosas...

Eu sempre reclamo muito - it's my nature - mas eu sempre, SEMPRE fui imensamente grata à vida, a Deus, pelos meus filhinhos. E quanto mais gorda-velha-feia-pobre eu fico, fato, mais grata pela presença luminosa deles na minha vida. Então, não entendo porque mais um deles foi tirado de mim ainda tão cedo... punição? Por amá-los tanto? Será errado? Será que nem esse direito eu tenho? Já abdiquei de todo o resto que se costuma esperar da vida (amor, beleza, sucesso), que o Universo não me faça abdicar dessa alegria por favor, por favor, POR FAVOR!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

15h33... eu me sinto assim, como uma casa grande e velha, perdida no tempo, opressivamente silenciosa, cheia de quinquilharias e memórias amareladas... pathetic!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

11h44... com medo de continuar vivendo... dizem que os verdadeiros suicidas não anunciam mas eu, particularmente, acho que existem dois tipos: aqueles com impulsos natos - que querem morrer simplesmente porque algo dentro deles só deseja isso - e tentam, tentam, tentam até que conseguem, e os que vão se cansando da vida. As eventuais grandes perdas se unem às pequenas dores cotidianas, às frustrações, desencantos, desesperança. A vida tem que ter equilíbrio. Eu posso continuar vivendo enquanto esqueço - finjo ignorar - o que vem pela frente - as perdas, só perdas - mas quando algo me faz lembrar, lembrar da dor, do vazio... então vem o medo. E com medo não se vive. Nem se quer viver. Eu estou MESMO com MUITO medo de continuar vivendo.

E hoje faz 15 dias que a Nina morreu... a falta de ar ainda não passou, como se eu estivesse segurando a respiração até descobrir que tudo não passou de um pesadelo...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009


13h57... hoje faz cinco anos que o Lew morreu... saudades do gordão!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

15h49... Temos pressa o tempo todo. A morte de um ser amado faz o nosso tempo mudar de marcha, desacelera a vida de quem fica. É como se caíssemos em outra dimensão, ficamos à margem do mundo que continua acontecendo. Mas esse período de luto é necessário e o ritmo de cada um deve ser respeitado. Não devemos, jamais, banalizar a dor, nossa ou de outra pessoa. Basta lembrar que, mais do que morrer, todos vamos perder alguém em algum momento. E algo nosso sempre morre também com aqueles que perdemos. Um pedaço nosso que é arrancado brutalmente e precisamos aprender a viver com a mutilação, com a cicatriz que não nos deixa esquecer o que havia lá e deixou de existir...

Ontem fez uma semana que a Nina morreu. Se por um lado parece agora mais real que minha bebê se foi, sei que cada vez mais vai parecer que ela nunca existiu em lugar nenhum além da minha memória. Isso é triste, mas é assim que eu funciono.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009



15h29... amanhã vai fazer uma semana que a Nina morreu... não está doendo menos, o espaço que ela deixou - na casa e na vida da gente - é imenso, gigantesco! Uma saudade enorme e eterna da nossa fofinha pequenina...